quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Review de Heavy Rain


Heavy Rain é um jogo polemico na sua concepção. Seus detratores reclamam que é apenas um filme interativo e um jogo de youtube. De certa forma estão certos, mas exagerados. O jogo não tem como objetivo apresentar uma jogabilidade tradicional, com mundo aberto e um sistema de luta ou direção. É, na palavra de seus criadores, um “Drama Interativo”, uma expressão que carrega alguns pré-conceitos que devem ser levados em consideração pelo jogador que não o conhece. É possível equiparar Heavy Rain a um adventure, como os dos anos 90 para PC, onde o objetivo principal era avançar por uma história mais complexa que a de outros tipos de jogos, fazendo uso de um sistema simples de controle do personagem e de suas ações.

Essa é uma definição geral da jogabilidade de Heavy Rain. Seu foco principal é na história de quatro personagens envolvidos na investigação de um assassino serial com o nome de Origami Killer. A utilização desses personagens com seus pontos de vista e objetivos distintos, mas com um assunto em comum, faz com que a história principal nunca saia do foco, e a constante mudança entre eles mantém o jogador interessado e o permite conduzir o jogo de maneira mais cadenciada e episódica ou em sessões mais demoradas. Essa liberdade não afeta o andamento da trama e cada pequeno episódio termina com uma ponta solta que cria o suspense necessário para manter o interesse nela. Um possível problema para aqueles que jogarão com mais intervalos é que não há uma recapitulação dos fatos acontecidos anteriormente. Como são vários personagens, locais e situações, o jogador mais desatento pode ter alguma dificuldade para voltar ao clima do jogo e da investigação.


A história é boa, com um ritmo equilibrado, que dosa cenas mundanas com cenas de ação empolgantes. Essa oposição faz com que as cenas mais agitadas criem um estado de urgência no jogador, o que ajuda na imersão e empatia pelos protagonistas. Mesmo quando algo dá errado o jogo prossegue, mas não é difícil perceber que a maioria dos jogadores que falharem em alguma ação mais definitiva, que, por exemplo, cause a morte de um dos personagens, preferirá reiniciar o capitulo e tentar novamente para obter o desfecho desejado.

O jogo lida com questões morais pesadas, perguntando constantemente “até aonde você iria para salvar alguém que ama?”. Esse tema permeia a trama e dá ao jogo um questionamento pouco visto em jogos eletrônicos do tipo. Esses confrontos também acontecem por meio da jogabilidade e funcionam muito bem como catalisadores das emoções expostas na história.



Apesar de haver essa empatia com os protagonistas, o envolvimento emocional do jogador com o jogo é prejudicado por alguns quesitos técnicos e artísticos. A atuação dos dubladores é muito fraca e prejudica na imersão. Considerando que o foco principal do jogo seja sua história, e que esse problema atrapalhe um pouco a recepção dela pelo jogador, a fraca dublagem atrapalha mais do que em jogos de outros gêneros. Outro fator que atrapalha é a movimentação dos personagens em cenas controladas diretamente pelo jogador. Definitivamente é possível notar a idade do jogo, e perceber que em outros jogos esse quesito é muito superior e mais natural.

Dito isso, o visual é competente, com boas expressões faciais, apesar de os modelos tridimensionais se aproximarem do Uncanny Valley. Ou seja, se aproximam de uma semelhança com pessoas reais de tal maneira que se tornam artificiais demais e são rejeitados. Curiosamente os modelos tridimensionais mais bem feitos são os das pessoas mais feias e velhas. Felizmente os cenários, talvez por serem estáticos, continuam bonitos e bem produzidos, com bons efeitos de luz e sombra. As texturas poderiam ser mais definidas e há problemas com seu carregamento em cena. Há a falta de sincronia vertical na imagem, o que atrapalha um pouco, mas o uso de Anti Alias é bom e complementa o competente visual.


A movimentação por estes cenários é feita de maneira não intuitiva no inicio. É preciso apertar um botão para andar e direcionar o personagem com a alavanca. Ao passar por algum objeto que tenha alguma ação contextual, por mais simples que ela seja, surge um ícone próximo a esse objeto, que pode ter funções e formas diferentes e rege as interações com o mundo de jogo. Mesmo que o ícone indique um mesmo botão, a maneira de apertá-lo muda conforme o contexto. Às vezes apenas um toque basta, em outras é preciso segurar esse botão por um tempo específico. Dependendo da situação, esses ícones de ação podem aparecer tremendo, o que é indicativo de tensão da cena, ou podem aparecer rapidamente e desaparecer logo em seguida. Também há alguns momentos tensos em que é preciso segurar até cinco botões ao mesmo tempo, enquanto o controle treme, e esse uso do controle adiciona nervosismo ao jogo e ajuda bastante na sua imersão. Além de botões e da alavanca direita, que é usada em ações mais longas, o jogo pede o uso dos sensores de movimento do controle que apesar de bem aplicados pode ocasionar certa dificuldade em registrá-los, resultando em falhas ou ações indesejadas.

Interessantemente o jogo não tem um tutorial para acostumar o jogador a essa jogabilidade. Ao invés disso há um capitulo introdutório à história principal que serve a essa finalidade. Nele o jogador executa ações extremamente comuns, como ir ao banheiro, ajudar a esposa com as compras, tomar banho e fazer a barba. Além de ajudar na familiarização dos comandos, essa introdução ajuda na ambientação da história, tentando criar um vinculo com o jogador ao apresentar o cotidiano do personagem principal.


Heavy Rain é um ótimo jogo para quem sabe o que esperar dele. Tem uma boa história com bom ritmo, apesar de ter alguns furos no roteiro. A jogabilidade simples é eficaz em ajudar a criar imersão principalmente nos muitos momentos agitados. Alguns aspectos técnicos não envelheceram tão bem e fazem imaginar como seria o jogo se fosse criado com as técnicas de animação e de modelagem tridimensional atuais e futuras. Mesmo com esses pequenos problemas o jogo fornece uma experiência única, diferente de tantos jogos de tiro similares que existem no mercado. Recomendado para todos que se interessam nas possibilidades narrativas de um jogo eletrônico e gostam de uma boa história investigativa.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

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Tentarei retomar o blog, inicialmente com reviews de jogos que terminei, recentes ou não, e posteriormente com outros tipos de textos.

Resolvi mudar um pouco o estilo do texto do primeiro review que fiz, do jogo Heavy Rain. A ideia é conseguir falar mais livremente sobre os aspectos do jogo sem me restringir às categorias pré-estabelecidas, como nos reviews antigos. Por isso não pretendo mais dar notas individuais à esses aspectos e a principio, não darei nota para o jogo. Lendo o review é possível, espero, entender se é um jogo recomendado ou não, e se vale ou não jogar. Como jogos são diferentes em suas propostas, de uma maneira geral, levarei isso em consideração e tentarei descrever a experiencia como jogador através da análise de elementos que chamaram a atenção durante o jogo.

Modificarei aspectos do blog como o layout e alguns links para outros blogs também.

Espero que gostem e que comentem.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Review de Saboteur


Review de Saboteur


História


Saboteur é passado na França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra. O protagonista é Sean Devlin, um piloto de carro de corrida irlandês, que se vê envolvido na luta pela resistência à ocupação nazista, enquanto busca vingança pessoal.

O enredo do jogo é bom o suficiente para o destacar da maioria dos jogos inspirados em GTA. Pra variar um pouco, controlamos um personagem bom, que procura fazer o que é certo, e não um bandido rumo ao topo do mundo do crime.




Conceito

O jogo consiste em Sean ajudando os envolvidos na resistência francesa, sejam eles franceses, ingleses ou espanhóis, cumprindo missões por alguns bairros de Paris. Há a possibilidade de cumprir missões paralelas, que ajudam outras facções da resistencia, ao invés de seguir pela história principal.

Você nunca se sente forçado a pegar alguma missão paralela que não queira, e normalmente essas missões são interessantes e servem para mudar um pouco o tema da matança e inserir bom-humor ao jogo. Em uma, por exemplo, um padre lhe pede para cuidar de um nazista que tem se confessado com ele a um tempo. Sean lhe pergunta o que ele precisa fazer para cuidar do nazista e o padre responde algo como "botar uma bala no meio da testa desse desgraçado, meu filho".

Além dessas missões, o jogo lhe apresenta com estruturas nazistas espalhadas pela cidade, como baterias anti-aereas, holofotes, alto-falantes, plataformas de observação e canhões. Você é incentivado a destruir essas estruturas, pois além de ganhar dinheiro ao fazê-lo, elas desaparecem do local, tornando fugas posteriores mais simples. É uma boa, ao se preparar para alguma missão maior, destruir algumas dessas torres de snipers das redondezas.

Apesar do incentivo e de ser genuinamente divertido explodir nazistas, depois de um tempo se percebe que há um numero absurdamente grande dessas estruturas espalhadas pela cidade, o que acaba desanimando um pouco.

Um aspecto do jogo que tenta ser um diferencial é que algumas missões mais importantes, liberam os bairros da ocupação nazista. Quando isso acontece, a cor naquela região é restaurada. Na prática, significa apenas que a presença nazista ali é mais esparsa, mas nada dramático.



Jogabilidade


Sean Devlin é um homem de muita habilidade. Além do habitual desse tipo de jogo, como o tiroteio, perseguições automobilisticas, sistema de cover e nao morrer ao cair n'agua, Devlin pode escalar os prédios à la Altair e Enzo de Assassin's Creed. Essa possibilidade dá uma outra cara ao jogo, abrindo os telhados como rota de fuga e lugares para se esconder. Mas, diferentemente dos seus colegas de Assassin's Creed, Sean não tem tanta facilidade e desenvoltura, mas nada que comprometa.

Muitos sabem que Saboteur foi o último jogo da Pandemic, pois a EA a fechou ao entregar esse jogo. Isso fica aparente em muitos aspectos da jogabilidade, principalmente na IA inimiga. O jogo passa uma impressão de falta de polidez. Por exemplo, ao passar por uma patrulha blindada estacionada, o carro nazista explode sem motivo algum, ou o soldado é atropelado sem o carro se mover. Os transeuntes também sofrem desse mal, com motoristas barbeiros e sem direção que muitas vezes ficam presos entre paredes. Chega a ser comico.

Mesmo assim o jogo consegue brilhar em seus momentos mais frenéticos. As missões principais criam situações tensas, e que lhe dão a possibilidade de aborda-las de algumas maneiras diferentes. O jogo deixa claro várias vezes essas possibilidades, e cria uma liberdade para mudanças durante as missões, conforme o jogador escolher. Um recurso interessante é o de poder se disfarçar de nazista para infiltrar melhor o local. Pra isso, basta derrubar um soldado sem atirar nele e roubar seu uniforme. Mas essa coerência não é encontrada no sistema de checkpoint nazista entre algumas áreas da cidade. Durante o jogo, você consegue documentos que permitem a passagem para outra área da cidade, como quando em GTA, as outras ilhas são liberadas através do conserto da ponte e etc. Toda vez que você quer passar de uma área a outra, tem que parar na cancela e mostrar os documentos ao guarda. Ele então abre o portão e você passa. Acontece que em diversos momentos da história, Sean se torna conhecido pelos nazistas, e destruir uma fábrica e assassinar os superiores, pra, ao fugir passar tranquilamente pelo checkpoint é um pouco forçado.

Mas o principal do jogo ainda é muito bem feito. O tiroteio não utiliza mira automatica, e nem precisa. Os tiros dão uma boa sensação de dano. O sistema de direção é muito bom também, permitindo pilotar em alta velocidade e com uma precisão razoável. Enfim, o miolo do jogo é bom.


Visual

Saboteur aposta na diferenciação através do uso de cores. Os ambientes ocupados são devidamente opressivos. Chove constantemente nesses lugares e sentimos a obrigação de liberar essas áreas da ocupação nazista. O interessante é notar que os nazistas tem uma iluminação em sua volta para ajudar a distingui-los, assim como as faxas vermelhas nos braços. Já a resistencia não tem o brilho, mas tem faixas azuis nos braços.

Quando liberamos uma área ocupada, uma explosão de cores invade a área e torna tudo mais belo e calmo, num efeito muito bom.

Técnicamente o jogo é mediano. Os personagens principais não são especialmente bem modelados, mas não incomodam. O visual remete bem a época, com seus carros e moda. Mas muitos bugs técnicos incomodam durante o jogo, diminuindo a imersão. Em compensação, alguns efeitos visuais dão algum charme ao jogo, como as lanternas dos carros que fazem sombras em tempo real nos objetos, ou o efeito da fisica nos soldados nazistas após uma explosão que os manda voando pelo ar.


Audio

A parte de audio do jogo é bastante inconsistente. Ao mesmo tempo temos os bons efeitos de explosões e tiros, e temos uma trilha sonora inofensiva, sem muito carisma. As musicas cansam depois de um tempo, principalmente as cantadas. Mas as que realçam a ação são bem melhores.

A dublagem do jogo também não é das melhores. Tirando o personagem principal, os outros tem sotaques horriveis, com destaque para o antagonista no fim do jogo.

Por algum motivo, as cutscenes tem o audio dos efeitos sonoros dessincronizados, o que quebra a imersão das boas cenas de ação.


Conclusão


Saboteur é um jogo divertido, principalmente pra quem gosta do estilo. Seu visual diferente e ambientação são os destaques, além da ação frenética e da possibilidade de escalar os prédios de Paris. A falta de polimento e bugs generalizados podem estragar a diversão de alguns, mas felizmente não há nenhum bug que torna o jogo injogável. Sua curta duração e falta de enrolação e missões sem sentidos ajuda bastante. Explodir nazistas é sempre muito prazeroso


Jogabilidade : 8
Visual : 7,5
Audio : 7
Longevidade : 6,5

Nota Final : 7,5

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Review de Crysis : Warhead







História

Crysis Warhead não é uma sequencia própriamente dita de Crysis. É algo mais próximo de uma expansão, e conta a história de Psycho, um dos companheiros do personagem do original, que se separam dele durante aquele jogo. Os acontecimentos são em paralelo ao do original, mas o jogo ainda conta com um pequeno background mostrado através de flashbacks de audio entre as missoes, sobre o piloto que ajuda Psycho.

O que importa no caso do jogo, é que ele lhe dá um antagonista que cruza seu caminho algumas vezes, na pele de um oficial norte-coreano com cara de malvado. O bom é que com isso, o jogo nao parece te largar no meio do mundo, como o primeiro fez, mas também não tem a pretensão de criar uma história épica/filosófica, e serve de bom pano de fundo para a ação frenética.



Conceito

O jogo se baseia na utilização da Nano Suit, que lhe dá poderes temporários como invisibilidade, super força, super velocidade ou armadura reforçada. As possiveis estratégias que se consegue com o uso da Nano Suit, fazem o jogo ser mais que um mata-mata totalmente descerebrado. A liberdade que ela te dá, fazendo com que voce escolha a maneira de jogar, é um dos destaques do jogo. Apesar de no primeiro Crysis vermos mais isso, pois ele lhe jogava no mundo populado com inimigos, nesse o direcionamento é um pouco mais rigido e controlado, o que proporciona cenas mais intensas de batalha, e mais variadas. Com isso, a frustração de ter a sensação de não estar fazendo algo do jeito certo, que o primeiro jogo proporcionava, diminui bastante. Mas em compensação, a liberdade também.


Jogabilidade

Mais uma vez, a Nano Suit se destaca. Os variados tipos de abordagem, requerem que o jogador se adapte a cada situação. Nisso o jogo funciona muito bem.

O tiroteio, que é o principal, é muito bom também. Você sempre se sente no controle da situação, e quando está acostumado com o uso da Nano Suit, o jogo flui muito bem.

Ao contrário do primeiro, esse Crysis é mais linear, e com tiroteios em cenários mais fechados. Mas algumas situações diferentes ajudam a aumentar a variedade. Há uma fase em que você deve seguir em cima de um trem por um pantano, defendendo um vagão de ataques inimigos. Em outra há a defesa de uma entrada importante, junto de soldados aliados.



Visual

O visual continua impressionante. A melhora na engine serviu para dar um pouco mais de estabilidade as taxas de frame, o que é sempre bom. Tecnicamente, alguns elementos carecem de polimento, o que não acontecia no seu antecessor.

Artisticamente, o jogo arrisca uma mistura maior de ambientes e situações, nem sempre conseguindo impressionar. A mencionada fase do pantano é bonita, mas ordinária. Temos também um maior uso de fases no gelo, bonitas mas nada impressionantes. Os cenários internos são meio sem graça e sem destaques. A impressão é que não há aquela coesão do primeiro, nem aqueles momentos de embasbacar.


Audio

Nenhuma surpresa aqui, os efeitos sonoros são os mesmos do primeiro, apesar de agora termos a opção de escolher a voz da Nano Suit.

A trilha sonora também é semelhante, agindo como um bom pano de fundo para os tiroteios mais frenéticos. Apesar de que nenhuma musica em particular se destaca e as vezes a musica nao entra em cena para realçar a ação.


Conclusão


Crysis Warhead é um bom jogo, que complementa a experiencia de Crysis, principalmente pra quem gostou do primeiro. Com uma jogabilidade mais linear que a do primeiro, ele peca em nao ter o polimento e o tamanho do antecessor. Warhead acaba ficando à sombra de Crysis.


Jogabilidade : 9.0
Visual : 9.5
Audio : 7
Longevidade : 7


Nota Final : 8
.5

terça-feira, 25 de agosto de 2009




História

Call of Duty 5 World at War retorna as origens da série levando o jogador a conflitos da Segunda Guerra Mundial. Nessa edição jogamos com um soldado americano na guerra no Pacifico, em ilhas japonesas, e jogamos também com um soldado russo, desde a queda de Stalingrado até a invasão de Berlim

A narrativa é muito boa, principalmente a do lado russo, pois nele contamos com um companheiro obcecado por vingança pela destruição da patria mãe. Esse personagem ajuda a elevar o sentimento imposto pela guerra e faz com que as ações se tornem mais críveis. Voce se importa com a motivação daquela gente.

O grande problema da história do jogo é a maneira como é contada, fora do jogo, ou seja, entre as missões. As escolhas de design são, no minimo, equivocadas, como falarei adiante.


Conceito

O conceito do jogo é bem simples. Atire em tudo o que se mover. É o básico já esperado de um FPS como esse, principalmente nessa série. O que diferencia esse jogo de outros FPS é a intensidade como tudo ocorre.

O jogo faz questão de te colocar em situações tensas e intensas, com vários detalhes ocorrendo simultaneamente, o que trás uma bela injeção de adrenalina a um jogo com fundamentos bastante simples. Atirar, avançar, cumprir o objetivo, avançar, atirar, avançar...

A alternancia entre os dois soldados dá uma bela refrescada na ambientação e apresenta uma variedade de situações que complementa um ao outro.




Jogabilidade

Como todo bom FPS que se preza, o ideal é o combo mouse+teclado.

O jogo premia a sua precisao e rapidez e isso é prova de uma boa jogabilidade.

A ação é rápida e frenética, exigindo do jogador reflexos rápidos e acertada escolha de armas. Alias, armas nao faltarão, apesar de esgotar a munição, sempre vale procurar pela arma dos inimigos pelo chão.

Normalmente o jogo esconde perto de alguma parte chave, uma arma adequada para a situação. Vale uma procurada.

Um dos aspectos mais interessante é a variedade de jogabilidade proporcionada por situações diferentes. Em um momento voce está atirando em soldados japoneses no topo de uma arvore, caminhando por trincheiras. No outro voce está num avião manejando as metralhadoras num ataque aéreo aos navios japoneses. Em outro ainda, voce dá suporte aos seus companheiros usando um rifle de precisão. E em outro, voce usa um lança-chamas para combater os soldados escondidos no mato.

Alias, a adição de um lança chamas ao arsenal do jogo faz com que aumente e muito a diversão no mata-mata


Visual

Em relação ao seu antecessor a parte técnica melhorou, com melhores texturas e efeitos visuais. Mas é na parte artistica que as coisas ficam um pouco estranhas.

Além de alguns bugs onde corpos de soldados inimigos ficam flutuando, a bizarra decisão artistica de misturar 2a guerra com uma estética MTV, onde tudo é rápido demais e nada é muito claro, faz com que o jogo perca um pouco da seriedade que deveria ter e tente parecer mais "cool". Infelizmente esse tipo de decisão tira o jogador da imersão proporcionada dentro do jogo.

Imersão essa conseguida através do uso de diversos efeitos visuais como fumaça das explosões, avioes passando, fogo, tiro ricocheteando, diversos soldados em sua voltam e boas texturas.

Com esses efeitos e com o audio em sincronia, o Call of Duty 5 consegue recriar o caos da guerra como poucos jogos do tipo conseguem.




Audio

A parte sonora complementa muito bem a visual, com efeitos de fundo que fazem voce sentir que está numa guerra maior do que aquela missão.

O que não é tão bom é a qualidade do som que varia demais, indo desde efeitos que voce pode jurar que o seu subwoofer deu problema e parou de funcionar a efeitos onde voce tem que abaixar o volume para nao causar um problema com os vizinhos. Isso atrapalha demais a imersão do jogo.

Outra escolha polemica é no caso das músicas, onde alem das musicas no estilo filme-de-guerra, épicas, temos músicas mais contemporaneas com riffs pesados de guitarra em momentos de tensão. Mais uma vez, a impressão de que os designers queriam dar um ar "cool" transparece com uma escolha dessas.


Conclusão

COD5 WAW é um ótimo FPS de Segunda Guerra Mundial com uma sensacional e climática campanha single player, mas que esbarra em bizarras decisões de design e falta de polimento geral. Talvez se a Treyarch se focasse em fazer apenas as versões principais, como a Infinity Ward faz, o jogo saisse melhor.



Jogabilidade : 9.0
Visual : 9.0
Audio : 7
Longevidade : 6


Nota final : 8.5

terça-feira, 12 de maio de 2009


Review de XMen Origins : Wolverine



Historia

Como joguei o jogo antes de assistir o filme, nao sei se a história é exatamente a mesma, mas acho que é a do filme um pouco expandida.

Enfim, a história conta como o Wolvie ganhou suas garras de adamantium e parte para se vingar de seu irmão e do homem responsável pela experimentação com mutantes.

O jogo usa e abusa dos recursos de flashback, como nos antigos episodios de Lost, pulando entre a missão da Africa, no passado, e a busca por vingança no presente. Esse recurso funciona no inicio, mas cansa durante o jogo pois é usado demais e quando voce quer seguir com a historia atual, mais interessante, ele te joga para a missao da Africa, que é meio cansativa e repetitiva.



Conceito

O jogo pode ser definido como um God of War clone. O que é muito bom.

Wolverine é até mais violento que Kratos, se isso é possivel. Ao invés de magia, Wolvie tem Rage que acumula conforme voce destroi o cenario e os inimigos. Essa Rage pode ser usada para movimentos especiais que podem acertar varios inimigos ao mesmo tempo, e há um modo Beserk que é muito bom.

Além disso, Wolverine ganha experiencia para subir de level. Isso mesmo, essa mecanica RPG-Lite está presente no jogo e apesar de interessante, nao parece fazer muito efeito no fim das contas. Ao passar de level voce ganha alguns skill points que podem ser usados pra comprar mais dano das garras e coisas do tipo. Alem disso voce aumenta sua energia automaticamente.

O mais interessante é o sistema de Mutagens, que são modificadores que voce pode aplicar ao Wolverine. Esses Mutagens sao encontrados pelas fases e há três niveis para cada item. Eles variam entre melhoras como regeneraçao mais rápida, mais experiencia por morte e mais vida, entre outros. Sao três slots para misturar os Mutagens conforme a situaçao, o que te dá uma certa liberdade de customizaçao.

Outro artificio interessante é o sentido feral do Wolverine, que te ajuda indicando para onde ir e que objetos do cenario sao interativos ou nao. Existem inimigos que ficam invisiveis e só são encontrados usando o sentido feral.

Espalhados pelas fases, existem estatuetas do Wolverine que se coletadas liberam um desafio extra-jogo, onde é possivel destrancar roupas classicas do personagem. Normalmente essas estatuetas nao estao muito escondidas, entao nao haverá muita dificuldade em encontrá-las



Jogabilidade

Como um God of War lite, Wolverine funciona bem, pois tem a jogabilidade bem parecida com esse jogo. Os golpes sao rapidos e responsivos, os combos sao faceis de executar, e a mecanica funciona bem de um modo geral.

Há um golpe em especifico que desbalanceia um pouco a dificuldade, que é o Lunge. Nesse golpe, Wolverine mira em um inimigo e pula de uma distancia grande, como um tigre faria em sua presa. O problema desse golpe é que por ser muito bom, principalmente para despachar inimigos comuns, acabamos usando muito ele. Apesar de alguns inimigos conseguirem evitar o golpe, a pancadaria normalmente acaba em voce apertando o botao de mirar, pulando em cima de um inimigo, matando-o e repetindo a operaçao até encontrar um inimigo que evite o Lunge. Isso pode tornar o jogo um pouco repetitivo.

Mas para combater essa sensaçao de repetiçao, há fases com jogabilidade diferente, como uma fase de sky diving, ou outra de pular de um barco a outro. Outro artificio comum para quebrar a monotonia é o puzzle.

Os puzzles do jogo sao bem comuns a esse tipo. Se voce terminou um God of War, nao vai ter dificuldades com esses puzzles.

Um problema do jogo é o ritmo dele. A primeira metade é repetitiva e pode chegar a ser monotono as vezes, mas perto do fim o jogo vai ficando mais interessante, principalmente quando as lutas com os chefoes vai ficando mais frequente.

Essas lutas sao muito boas. A luta com o Blob e a com o Gambit sao as melhores, mas existem muitas dessas lutas espetaculares espalhadas pelo jogo.

A dificuldade do jogo nao é a maior de todas, dificilmente fica-se preso por conta dela, mas é adequada. Ao terminar o jogo destrava-se a dificuldade Hard, um dos novos vicios dos produtores, que sinceramente nao é legal.

Outro problema do jogo, provavelmente devido aos desenvolvedores terem que entregar o jogo com o filme, é a camera. Ela é muito inconstante e atrapalha bastante durante a pancadaria.

Alguns bugs e defeitos aparecem durante o jogo, resultado provavel do prazo apertado de entrega. Sem duvidas mais um mes ou dois resultaria num jogo mais polido e sem os bugs. Mas nada que atrapalhe a jogabilidade como um todo.



Visual

Foi escolhida a Unreal Engine 3 para servir de engine ao jogo. Os conhecidos problemas de carregamento de textura dessa engine, se fazem presentes durante a jogatina. Nada que atrapalhe demais, mas nao é incomum ver objetos com texturas ridiculamentes feias em meio a texturas melhores e lindas.

Como de praxe com essa engine, o visual eh muito bom, com atenção especial ao personagem principal que se deforma conforme é atacado, e depois de um tempo se regenera. Aparecem buracos na sua pele e é possivel ver os ossos de adamantium.

Os inimigos são bons, nada de excepcionais, mas falta um pouco mais de variedade. Os cenários também são detalhados no geral, apesar de faltar polimento em algumas partes, devido ao prazo apertado de desenvolvimento.

As cutscenes variam entre um CG de alta qualidade e filmes que usam os modelos do jogos, com uma taxa de compressao baixa, o que fica aparente em alguns momentos. Essa discrepancia é ruim, pois assim temos três variaçoes de visual.

Na versão PC faltam algumas opçoes de resoluçao, o que pode ser mudado alterando alguns arquivos. Falta também o Anti-Alias, que acaba deixando o jogo bastante serrilhado. Mais uma vez o prazo apertado para entrega do jogo atrapalha no seu polimento.



Audio

A parte sonora do jogo está boa, nada de memorável, mas boa.

Os efeitos são muito bons e a voz do Wolverine é do Hugh Jackman, o que dá uma autenticidade muito boa ao jogo. O personagem durante a pancadaria, grita e reclama quando apanha, alem de soltar algumas frases de efeito vez ou outra. O problema ai é que alguns desses gritos e gemidos soam estranhos e mais finos, o que tira um pouco da imersão.

A música do jogo é boa e cumpre o seu papel.


Conclusão


XMen Origins : Wolverine é um jogo muito bom, que cumpre seu papel como um dos melhores jogos de filme. Para quem gosta de God of War é um prato cheio, apesar da falta de polimento e de alguns bugs aparecerem para atrapalhar um pouco. Com certeza, se os desenvolvedores tivessem mais alguns meses para rever esses problemas, seria um jogasso. Como nao foi possivel, Wolverine serve para matar a sede pelo novo God of War que só chega no fim do ano. Se voce se incomoda demais com os bugs do jogo, tire meio ponto da nota final.



Jogabilidade : 8,5
Visual : 8
Audio : 8
Longevidade : 5


Nota Final : 7,5

quinta-feira, 2 de abril de 2009


REVIEW DE : WANTED : WEAPONS OF FATE - PC PS360



História :

o jogo é baseado num filme baseado numa HQ da Top Cow. O jogo inicia algumas horas após o fim do filme e quem não assistiu o filme, provavelmente se perderá na história do jogo.

A história é sobre um matador, que é filho de dois assassinos profissionais de um grupo de assassinos profissionais e importantes. Voce é esse matador que é perseguido pelo grupo e procura vingança pela morte da sua mãe, já que segundo as regras do grupo, ela nao podia ter tido um filho.

Dentro dessa história voce visita vários locais onde encotra alguns tipos de capangas que estão no seu encalço. Ao mesmo tempo, voce joga com seu pai em sequencias que revelam um pouco do que aconteceu com ele e sua mãe

a premissa é interessante, mas confusa para quem não conhece o filme ou a HQ. Independente disso o jogo é de tiroteio, então a diversão não está atrelada a história. Mas se voce conhecer a historia do filme, com certeza aproveitará melhor a do game.


Conceito :

Sendo o filho de dois assassinos, voce tem no sangue habilidades com a pistola. Por isso o jogo faz com que os tiroteios sejam diferentes dos tiroteios normais que estamos acostumados a ver. O grande barato é a habilidade de fazer com que a bala faça curva. Isso é levado ao extremo quando se usa a sub metralhadora e voce manda 5 balas de uma vez em curva.

O personagem principal é meio babaca e solta umas frases meio sem noçao, mas se encaixa bem na proposta do jogo

Ou seja, o jogo é especializado em tiroteio, e faz isso muito bem, apesar de ser curtíssimo e apresentar poucos atrativos para reiniciar do zero. Mesmo assim o jogo apresenta alguns destravaveis que podem aumentar um pouco a sua durabilidade de 4 horas.

Jogabilidade :

A jogabilidade do jogo é toda centrada nas açoes de procurar cover e atirar. Isso o jogo faz muito bem. O sistema de cover é muito bom, com uma imagenzinha de onde voce vai, caso voce saia daquele cover para outro. Voce coloca o pra fora do cover e aparece essa indicação. Isso funciona muito bem. O unico problema é que vez ou outra voce sai desse cover e só percebe quando toma tiro. Isso ocorre principalmente com inimigos a sua volta, pois ao virar a camera para mirar neles, voce sai do cover. Mas esses momentos são raros, com a exceçao do chefão final, entao esse não é um problema grave.

Além desse esquema cover-tiro, o jogo dá uma variada com outros tipos de tiroteio. Há algumas partes coreografadas onde o seu personagem voa em camera lenta, e voce tem controle da mira, atirando nos inimigos e na bala deles. Esses momentos são interessantes pois dão uma quebrada no ritmo e acontecem açoes bem coreografadas, como pegar uma mesa e usar como escudo.

Outras quebras na açao padrão são os momentos em que voce usa um rifle sniper e uma metralhadora automatica estacionária. Esses momentos são bons mas não tão bons quanto a ação principal. Fora isso voce ainda dispõe de um ataque de faca, que é ativado quando se chega perto de um inimigo. Esse ataque de perto também permite que você pegue o inimigo por trás e o use como escudo humano. Existe também um sistema de flanquear o inimigo que é bem bolado mas não é muito usado pois a partir do momento em que voce pode usar a bala em curva, a cobertura dos inimigos já não é mais obstáculo

A dificuldade do jogo é baixa no normal, e a dificuldade mais alta só é liberada ao terminar o jogo, o que é uma pena.



Visual :

A parte visual, tanto artistica quanto técnica, é muito competente. Apesar de não ser um show de efeitos visuais e destrutibilidade de cenário, o jogo se apresenta bem para o que propõe. Efeitos de sangue na tela voam quando voce esfaqueia um adversário, e a perda de cor quando voce toma tiro são dois exemplos dos efeitos usados para a imersão do jogo, sendo esse ultimo a unica maneira de distinguir se voce está morrendo, já que não há barra de vida.

Os cenários são muito bem montados, apesar de não muito interativos ou destrutiveis. Os inimigos tem alguma variação e não chegam a incomodar.

O problema do visual é nas cutscenes que são em baixa qualidade e os modelos são no minimo estranhos. Além disso, no PC não há a possibilidade de alterar nenhuma configuraçao gráfica além da resolução. Isso acaba limitando quem não tem uma máquina mais poderosa. Com isso, também não há maneira de se ativar o V-Sync, e o jogo acaba ficando com aqueles rasgos na tela, que incomodam um bocado.



Áudio :

A parte de áudio do jogo é muito boa. Os inimigos falam sua lingua nativa e a música te coloca na ambientação da ação. Quando não há mais inimigos para se matar na área, ela diminui e serve de guia.

Os efeitos sonoros são ótimos. Destaque especial para o efeito da bala voando em atrito com o ar, em camera lenta.


Comentários Finais :

Wanted : Weapons of Fate é um jogo muito bom de tiro. Quem gostou do filme provavelmente gostará muito do jogo. Sua curtissima duraçao abaixo de 5 horas impede a recomendaçao da compra de um original. Caso haja a opção de pegar a versão PC, ou a pirata de 360, vale a pena para quem gosta de jogo de tiro. A bala em curva com certeza é o ponto alto da jogabilidade e não cansa. Algumas cenas, como a do avião, te colocam num estado de empolgação que esse tipo de jogo pede, e isso é muito bom. Mas o final ridiculo é de dar vergonha...


Jogabilidade : 8,5
Visual : 8
Áudio : 8,5
Longevidade : 2

Nota Final : 7